Vida artificial – Capítulo #05 DE 10

5 – Relembrando a vida artificial que a própria humanidade constrói, envenena e falseia para ser a primeira a sofrer as suas horríveis consequências, temos somente em vista frisar a inutilidade deste complicadíssimo mecanismo social lubrificado de quando em vez com o óleo da civilização, pois do contrário as suas rodas ficariam perras e enferrujadas. Raras são as descobertas humanas que, alardeando prerrogativas intelectuais e morais dos seus descobridores, não terminem por cobri-los de opróbrio, tais foram os fins hediondos a que tais descobertas mais tarde se destinaram.

A “nevrose” do homem é destruir; quando faltam os motivos, existem os pretextos…

O maior de todos os pretextos para a destruição é: “a guerra”. No entanto, era necessário animar o ardor dos combatentes, pois repugnava-lhes matar sumariamente e sem preâmbulos, os seus semelhantes, sem causa gravíssima que “justificasse” o homicídio. Nasceu, então, a convenção de chamar-se “assassinos” aos homens que na paz trucidam os outros homens, e “heróis” aos que na guerra fazem a mesma cousa.

Não houve até hoje, “lógica humana” ou “castigo divino” que impedissem o massacre humano. Congressos de Paz, de Arbitramento, de Consultas e de Tutelas (!) têm sido inócuos e… íamos dizer: contraproducentes. O Congresso, agora conhecido sob o nome de “Liga das Nações” (o maior de todos eles, pelos seus fins), enquanto legisla as condições do armistício solicitado, vai assistindo com surpresa e de braços cruzados ao alastramento do terrível e prolífero “morbus” da guerra, contaminando as nações que ainda não o foram na Conflagração europeia, e acabando de carcomer as que ficaram arfando no seu estado de coma. Não é mais pelo insulto das nações entre si ou pela conquista de terras alheias que se trucidam mutuamente cidadãos armados. Basta que um país qualquer escravizado tenha ímpetos de independência e liberdade, correm os seus tutores imediatamente, para conter-lhes aqueles pruridos de “barbaria”, oferecendo-lhes uma “civilização” que eles não podem recusar…

É então nos transes mais dolorosos desta vida, convulsa e efêmera, neste caos em que o homem não mais se reconhece como a imagem do seu Criador, pois apenas se vê através ou no reflexo dos seus semelhantes, como uma ridícula caricatura em que se descobre o aspecto nobre e sublime da missão religiosa. É no quadro tétrico da Miséria geral, sempre emoldurada de sangue e fumaça, que se percebe a angélica figura da Fé, levando o bálsamo suave e confortador da Caridade, nas pessoas dos seus sacerdotes. Aqui, é o padre levando o pão ao órfão faminto, a irmã de caridade impondo o crucifixo nos lábios do moribundo, para que aquele ósculo de amor também seja de perdão; ali, o pastor consolando os aflitos, difundindo a luz do espírito que salva e esclarece, mais além, o espírita fazendo o mesmo por processos outros e em diferentes meios; adiante, os positivistas, realizando com exemplos a edificação do Monumento Social, em cujo lema o AMOR é o princípio de todas as cousas e o Progresso o fim de todos os seres. Em suma, teosofistas, espiritualistas, ocultistas, etc., etc., etc., concorrendo, a seu modo e a despeito de todos os sacrifícios e decepções, para que sejam enxutas todas as lágrimas, para que se diminuam todas as dores, para que se esclareçam todas as mentes, confraternizando os homens num amplexo de paz e solidariedade, evitando qualquer vibração dissonante na Harmonia das Esferas!

Glória, pois, a tais Apóstolos da Luz! Hosanah, a estes Sacerdotes das Cores! A todos vós que servis à Única Religião sob cores diferentes, fazendo convergir a policromia variegada e deslumbrante dos seus raios para o Disco Alvinitente da Verdadeira Luz Branca, o nosso respeito e a nossa sincera admiração nesta “Mensagem” de AMOR, de Paz, de Luz, e de Progresso!

II

“Quando se busca a Verdade, não se contam os sufrágios”. Leibnitz

“As maiores Verdades, são também, de certo modo, os maiores absurdos”. Proudhom

“Há uma só VERDADE, embora os homens lhe deem nomes diferentes”. RIG-VEDA

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🔎 Série de 10 capítulos pertencentes ao artigo “Mensagem de Dhâranâ ao povo brasileiro”, escrito pelo Professor Henrique José de Souza, em 1925, na revista Dhâranâ n° 0.

 São palavras de uma riqueza imensurável, trazendo luz e esperança para os dias de hoje.

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