“Verdade” – Capítulo #06 DE 10

6 – Orientados por Ela e para Ela, publicamos esta Mensagem! Mensagem que por dizer a VERDADE, despertará o amor próprio dos que procuram velá-la ou encobri-la, descrevendo a malícia das suas intenções.

“Verdade” que mostrada em toda a plenitude de sua nudez, encorajará a pudicícia estudada dos hipócritas, afirmar ser Ela a proclamação dos maiores absurdos e a recusar assentimento à Sua divulgação. Mas não importa, “Dhâranâ” sabe e diz bem alto que a “Verdade” é uma só, embora apresentada pelas conveniências sociais e pelos preconceitos dos intolerantes, com nomes diferentes e várias personalidades.

Os preconceitos e a intolerância serão reduzidos às suas verdadeiras proporções, disfarçados como se acham sob as máscaras do “orgulho”, da “ambição”, do “egoísmo” e da “vaidade”. Estes quatro “Flagelos” que a humanidade idolatra como sendo os reguladores do seu falso equilíbrio. Quatro cancros cruéis e incansáveis, empenhados vivamente na corrosão minaz do aparelho social! São eles que escravizam as humanas criaturas, dissolvendo-lhes a vontade, reduzindo-lhes cada vez mais as condições já precárias de existência do planeta!

Sessenta anos de existência dão hoje ao homem, o qualificativo de macróbio. Denomina-se este período de tempo, de idade avançada! No entanto, tal macróbio não viveu mais de 20 anos, em três etapas distintas de trabalho, folga e repouso. Oito horas para cada fase em que se descontam ainda a infância e a adolescência, quando o seu cérebro não possui capacidade para pensar com retidão, nem a sua alma desenvolvimento consciente para “querer”. Reduzida ainda, como se viu, a sua etapa de “folga”, dela o homem deve descontar também o tempo de moléstias, de viagens, de divertimentos e de mil e uma futilidades, inclusive a de pensar no que ele é e no seu destino no Planeta… Que tempo dedicaria um homem medianamente instruído, para resolver esta “tolice”? E ao morrer, com a convicção de ter de prestar contas a Deus (pois que todos morrem levando tal convicção) do que fez de útil a si mesmo e aos seus semelhantes, recordando-se de “todo mal que fez e do bem que deixou de praticar”, como partirá para o ALÉM a alma dessa criatura? Pode-se avaliar perfeitamente sua tranquilidade ou a sua aflição, em relação à vida que a espera post-mortem, pelo CARÁTER que tal criatura soube dotar a sua personalidade.

Pelo caráter subentende-se o apreço que o homem dá aos seus deveres e o “ambiente”, a “atmosfera” de repulsa ou simpatia que ficou “em torno” da sua memória. Morre um homem potentado e ninguém indaga qual foi a sua religião, a sua política, a sua nacionalidade e a sua origem, mas o “bem” que fez ao seu próximo enquanto vivo. Ora, se esta curiosidade preocupa tão intimamente os que ficaram, é porque, realmente, ela é digna de respeito e consideração. Se nenhum opulento leva para a tumba os bens térreos que possuiu, se dinheiros e propriedades vão constituir a herança dos novos donos, porque não cultivamos com mais interesse e carinho a formação do nosso caráter, “deixando e levando”, quando morrermos, uma fortuna considerável que a todos aproveitará? Em piores condições julgamos o que é orgulhoso.

Se alguma vez na vida se admira de alguma cousa, é “a sua promiscuidade com a gentalha que ele odeia e não suporta”, para dali a instantes, ficar espichado na mesma terra dum mesmo cemitério, tresandando na mesma podridão e roído pelos mesmos vermes… e justamente ao lado dos “mesmos” corpos físicos das pessoas cujo contato fê-lo estrebuchar com aquela careta característica de quem traz permanentemente sob as vendas, essência legítima das sentinas imundas.

No entanto, se nós lhe perguntássemos o que ele entende por “gentalha” talvez não respondesse. E poderia mesmo impressionar-se se lhe disséssemos que “gentalha” é esta multidão pobre e humilde, que no intenso labutar diário, na conquista da mísera moeda que lhe permita enganar o corpo, quando este sente frio e fome, prepara os custosos vestuários, as riquíssimas carruagens e os manjares esquisitos, que permitam ao homem orgulhoso, não se promiscuir com tão “baixas criaturas”.

Gentalha são milhões de “trapos humanos” espalhados pelo mundo, que insultam os acariciados pela sorte, com a sua impertinência de querer disputar-lhe o teto, a luz e o pão! Gentalha são estas legiões de famintos e esfarrapados, que irmanados pela mesma miséria e enxotados pela vaidade humana, que para eles legisla com despotismo e crueldade, ajudam-se reciprocamente como podem, repartindo as suas migalhas pelos outros que nem isto tem. Gentalha são as vítimas indefesas dos quatro demolidores do Edifício Social. São os desgraçados que tendo perdido todas as esperanças de felicidade na vida, vão afogar as suas desventuras num copo de cachaça ou buscar na voluntária imbecilidade o almejado embrutecimento que os faça esquecer a sua qualidade de humanos. Com este passo, acaba-se a tragédia da vida, para dar lugar à apoteose final: as neuroses, os crimes, os hospitais, as prisões, os manicômios e finalmente a morte. Desse modo, orgulhosos e humildes, vivem na Terra a etapa restrita às alegrias; só nivelando entre si, quando as pandemias e as pestes obriga-os ao reconhecimento da sua nulidade como matéria.

Próximo capítulo, clique aqui: https://www.eubiose.org.br/amor-e-de-fraternidade-capitulo-07-de-10/

🔎Série de 10 capítulos pertencentes ao artigo “Mensagem de Dhâranâ ao povo brasileiro”, escrito pelo Professor Henrique José de Souza, em 1925, na revista Dhâranâ n° 0.

 São palavras de uma riqueza imensurável, trazendo luz e esperança para os dias de hoje.

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