“Paz” – Capítulo #08 DE 10

8 – Eis porque “Dhâranâ” vem propor a todos os brasileiros uma fórmula conciliatória de felicidade mundial: respeitar todos os credos tolerarmo-nos, reciprocamente e fazer ao nosso próximo o que queremos que ele nos faça. Não é nova a ideia proposta, nem abre precedentes na história das Religiões. Gesto sublime de audaciosa tolerância para os graves momentos do progresso humano teve Abdul-Baha (Abbas Effendi), prestigioso Chefe do movimento “Bahista”, quando num domingo de Setembro de 1912, visitando um templo de Londres, e após o sermão do reverendíssimo Campbell, dirigiu-se ao púlpito e sobre a Bíblia aí depositada para a pregação, escreveu as seguintes palavras: “Este é o livro santo de Deus, de celestial inspiração, é a Bíblia da Salvação, o nobre Evangelho. É o mistério do Reino e sua luz, é o dom divino, sinal do governo de Deus”. (Assinado) Abdul-Baha Abbas.

Este gesto impressionou e comoveu profundamente à assistência. Um muçulmano em um templo cristão falando aos fiéis da VERDADE, do ESPÍRITO SANTO, o DEUS DA PAZ!… demonstrando publicamente a maior prova de amor e tolerância. Exemplo edificante dado aos homens para que terminem as suas lutas e rivalidades, baseados em meras diferenças de forma, quando em todos os corações mora o mesmo Deus e em todas as mentes brilha a mesma Luz do Verbo.

Demos também nós, na altura das nossas forças e coragem, uma prova concreta de igual amor e de fraternidade. Poderá ser suspeitado de desejos inconfessáveis quem pede o auxílio dos homens para a prática intensiva e sincera do amor, da paz e da perpétua confraternização, que nos assegure os poucos momentos de felicidade a que temos direito na terra? É possível que sob esses auspícios volte a Paz à Família Brasileira e já seja discutível a ideia da realização desta apregoada Fraternidade Universal.

Pouca cousa é exigida como contribuição pessoal para semelhante desideratum. Basta que cada um, no sossego do lar, à noite, pense durante uns cinco minutos na PAZ deste planeta. Que no descanso reparador de suas lides, diariamente, seja dedicado um quarto de hora, pelo menos, para se falar na PAZ e a sua influência na felicidade da família e na HARMONIA do UNIVERSO.

“Dhâranâ”, como sociedade mental-espiritualista que é, considera o PENSAMENTO HUMANO a maior “força oculta” armazenada num potencial elevadíssimo na mente de cada um. Posta a vibrar sob a atuação da vontade e pela influência da FÉ, aquela “força” produz maravilhas extraterrenas e imprevistas pelas ciências naturais, razão pela qual o mundo ignorante ou supersticioso denomina-as de “Milagres”.

Não é difícil conciliar o sono e dele despertar, convergindo o pensamento para este fator da própria felicidade pessoal. Onde reside o obstáculo único e principal desta proposição, é no descaso de sua prática, de sua execução. Ora, uma Mensagem para nos impelir e nos ensinar a “Pensar”! Sim, caríssimos patrícios e prezadíssimos irmãos, apenas uma singela e desataviada Mensagem!…

Na América do Norte e nas outras partes do mundo, publicam-se volumes e mais volumes destinados a nos ensinar o PODER DO PENSAMENTO.

Onde “Dhâranâ” se afasta das sociedades congêneres que trabalham pelo mesmo ideal, é “na realização”, e não na “pregação” – é nos “fatos” e não nas “palavras” – ensinando o modus-faciendi deste simplicíssimo problema.

Como conseguiu a Índia homogeneizar o ambiente mental do seu país e dos seus habitantes? Pela concentração e aplicação do “pensamento”. Onde foi o inesquecível e saudoso Presidente Wilson buscar a força poderosa e invisível, com que na América do Norte pode favorecer a cessação das hostilidades e o terminar da conflagração europeia? Na concentração e aplicação do “pensamento”, dirigindo uma Mensagem ao seu povo, na qual determinava que diariamente, às 12 horas em ponto, fossem suspensas todas as atividades por cinco minutos e que durante este tempo, “pensassem todos” na deposição das armas e na PAZ UNIVERSAL. Woodrow Wilson foi aquele “utopista e visionário”, que na Europa tomou parte no “Congresso de Arbitramento” e que apresentando os seus célebres 14 princípios para a aceitação de uma Paz honrosa, conseguiu apenas pasmar aqueles tigres ainda sangue-sedentos e desvairados pelos lucros do saque e da pilhagem, com a ingenuidade da sua proposta: “uma paz sem anexações e sem indenizações”. A tanto se reduziam os 14 itens do seu memorável trabalho, que a história guardará com zelo e ufania, pois ele, sozinho, realça com eloquência e com glória a visão imponente de um Espírito e a grandeza generosa de uma raça!…

Próximo capítulo https://www.eubiose.org.br/tolerancia-religiosa-capitulo-09-de-10/

Série de 10 capítulos pertencentes ao artigo “Mensagem de Dhâranâ ao povo brasileiro”, escrito pelo Professor Henrique José de Souza, em 1925, na revista Dhâranâ n° 0.

 São palavras de uma riqueza imensurável, trazendo luz e esperança para os dias de hoje.

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