SÉRIE Mensagem de DHÂRANÂ ao povo brasileiro. Série de 10 capítulos pertencentes ao artigo “Mensagem de Dhâranâ ao povo brasileiro”, escrito pelo Professor Henrique José de Souza, em 1925.
Brasil participa das influências cíclicas terrestres – Capítulo #03 DE 10RAS – Capítulo #02 DE 10
O Brasil participa das influências cíclicas terrestres, embora resguardado por uma pretendida situação privilegiada. Este privilégio não existe. Admitindo-se mesmo, por hipótese, a sua existência, ele só servirá para por em evidência a precocidade dos seus erros e dos seus vícios, que, como nação nova, imita inconscientemente das mais velhas e decrépitas. A sua grandeza é apenas física, material, oriunda da extensão e uberdade do seu território e das riquezas incalculáveis que ele encerra. A discordância aparente entre a exuberância vital deste país e a fraqueza da raça que o habita, não significa que esta seja indigna da casual oferta, mas, que a obrigatoriedade em praticar as virtudes relativas ao seu merecimento é a única condição de posse imposta previamente ao povo assim favorecido.
Dizem que quanto mais livre é um povo, mais feliz ele é. E sem analisarem esta afirmação, que por si só equivale a um compêndio da mais sutil filosofia, as histórias pátrias referem episódios comoventes de renúncia à vida, onde eram e são heróis, indivíduos que se dão em holocausto, que oferecem abnegadamente as suas existências, levando conscientemente para os túmulos a certeza de que o seu sangue, assim oferecido, possa resgatar uma nação oprimida.
Tristíssima decepção!
Não há independência mais e mais infeliz do que seja a do Espírito, esta centelha “mater” que vivifica o Universo criado e que aprimora as obras que são executadas nas suas mágicas oficinas, dando-lhes sempre aquele cunho invariável de perfeição e de grandeza!
Felizmente, porém, o Espírito não se escraviza. Reflexo como é de Deus, a Absoluta Verdade, goza na Sua imaterialidade da mais completa e perfeita libertação. O homem, entretanto, que foi distinguido como o ser mais capaz de receber e transmitir aquele reflexo, não soube manter a pureza cristalina do espelho e conservar a lisura impecável da sua superfície. Este espelho é o nosso corpo físico e a sua alma correspondente. Manchado pelos vícios e carcomido pelas paixões que o atacam, reduz ele aos poucos o seu poder refletor, perdendo completamente o brilho cintilante das suas irradiações! Não fica, assim, escravizado o Espírito, mas, e o que é pior, fica poluída a sua alvura imaculada!
Temos, porém, como individualidade social, a nossa liberdade restringida. Sujeito ao cumprimento de uma multiplicidade de deveres que a vida coletiva nos impõe, o homem aumentará tanto mais a sua liberdade quanto mais permitir que a do seu semelhante se amplie. E o limite máximo da sua elasticidade é dado pela fórmula: “de que a liberdade de cada um termina onde começar a do outro”. Ora, sendo a liberdade, o poder que tem todo o homem, de fazer tudo aquilo que deve, é imprescindível que este poder e este dever, sejam regulados pelo respeito e pela tolerância. Falta a esta filosofia agora aqui emitida, a essência científica e o espírito religioso que a consagrem como tese para discussão. É do nosso dever tolerar que cada pessoa que a quiser discutir, escolha uma das pontas do dilema: “ser, pela posse e pelo uso desta liberdade, um Escravo dos homens na terra ou um Senhor dos anjos no céu”.
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