NETFLIX LANÇA O DOCUMENTÁRIO “EINSTEIN E A BOMBA”

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NETFLIX LANÇA O DOCUMENTÁRIO “EINSTEIN E A BOMBA

Por Mauro Leslie

Crédito da imagem: Netflix.

O que aconteceu depois que Einstein fugiu da Alemanha nazista?

Lançado no dia 16/02 passado, em parceria com a BBC, mesclando imagens de vídeo, fotos e falas do próprio Einstein, reais, o documentário aborda o que aconteceu depois que Einstein fugiu da Alemanha nazista. Os diálogos são fatos verdadeiros da vida do físico, retirados de entrevistas, cartas e discursos tocantes nos momentos seguintes à fuga do cientista.


O Ano é 1933 e o mundo começa a manifestar o apocalipse no palco caótico da realidade, as trombetas dos antigos vaticinadores tomam cores e formas, e os abismos começam a cingir a terra. Estamos às vésperas da mais devastadora destruição fratricida da nossa história – a Segunda Guerra Mundial. Dali em diante, as flores, por algum tempo, deixarão de se vestirem de borboletas sobre os lírios do campo, que não poderão mais ser olhados.

O Documentário

Faltavam 12 anos para a bomba cair e dizer para o mundo que o homem, sim, é capaz, tem a força e a fórmula para destruir um planeta do tamanho da Terra. Adolf Hitler, como um vampiro, tem os caninos da besta, morde o pescoço mental dos alemães e os enfeitiça com suas ideias. A Alemanha nazista assume o poder e os judeus são perseguidos.

Einstein tem descendência judia e, principalmente, faz oposição declarada a Hitler e ao partido nazista. O dono da famosa fórmula E = mc², mostra ao mundo que a presença de matéria faz com que o espaço e o tempo se curvem ao redor do objeto. Albert Einstein abriu caminhos para as pesquisas sobre as armas nucleares, muito embora nunca tenha se envolvido diretamente com o projeto da bomba atômica. O autor e criador da tecnologia foi J. Robert Oppenheimer.

Claro que Hitler queria Einstein e todo o seu potencial, o cientista que não queria a besta. Sabendo que seria caçado, torturado e morto, o pai da teoria da relatividade, ciente que nada era relativo no que se referia a sua permanência na Alemanha, sabia que a única coisa radical e certa a ser feita seria dar o fora. Ele foge para Norfolk, na Inglaterra. Sua casa é saqueada, o que viraria museu no futuro é ultrajado e destruído, surrupiado, inclusive o seu violino, para Einstein o instrumento musical mais tocante e belo.

“Sou um exilado”, diz um dos cérebros mais brilhantes do mundo científico. “Enquanto isso, na sala de justiça…” Oferece-se 20 mil marcos por sua cabeça. Ao som de datilografia, diz/escreve um dos trechos do longa: “Ele não era apenas um pacifista, mas um pacifista militante” E lutaria pela paz até o seu último suspiro, dizemos nós. A mente dele não era só brilhante, era ele também um espiritualista. Adepto da filosofia de Espinosa e conhecedor dos preceitos budistas, era adepto dos ideais de fraternidade universal, da paz e a igualdade comum a todos. A coragem foi uma tônica permanente nele, seja nas suas ousadas descobertas ou contra as mazelas que ameaçavam os irmãos em humanidade.

O documentário faz uma pequena recapitulação do seu passeio nas descobertas sobre o átomo, a luz e as estrelas:

1 – Einstein demostra a existência do átomo;

2 – Descobre do que a luz é feita;

3 – Prova que as estrelas geravam luz;

4 – Derruba a teoria de Newton.

Em trecho usado no filme e extraído de entrevista da época, perguntam a ele: “O senhor poderia explicar sua Teoria da Relatividade para um homem comum? Ao que respondeu: Quando um homem se senta ao lado de uma mulher bonita por uma hora parece que passou um minuto. Mas se ele se sentar em cima de um fogão quente por um minuto parece que passou mais de uma hora. Isso é relatividade.”

Aidan McArdle como Albert Einstein em “Einstein e a Bomba” – documentário da Netflix.

Segue a linha tortuosa do documentário: 100 cientistas nazistas declaram ser incongruente a Teoria da Relatividade. O partido nazista denomina suas teorias de dadaísmo científico e toma todo o seu dinheiro. Como os grandes homens de espírito e coragem, ao ser indagado sobre o sucesso ovacionado do partido nazista, Einstein responde: Hitler se aproveita da barriga vazia da Alemanha. Assim que as condições econômicas da Alemanha melhorarem, ele deixará de ser importante. 15 milhões de alemães mordidos pelo vampiro-mor juram lealdade à bandeira de Hitler – a suástica. Enquanto isso, Einstein é acusado pelo povo alemão de fazer propaganda contra o nazismo.

Einstein viaja definitivamente para os Estados Unidos. A partir daí ele nunca mais voltará à Europa. A Alemanha vai se tornado cada vez mais a Alemanha nazista dos livros que hoje conhecemos. Enquanto isso, os Estados Unidos em ação ultrassecreta desenvolve o projeto Manhattan (fissão nuclear). Einstein é totalmente excluído do projeto. O governo considera seu mais novo cidadão uma ameaça, devido ao seu histórico de ativista da paz. A Alemanha fracassa em seu programa de desenvolvimento da bomba atômica (ainda bem). No deserto do México o projeto Manhattan faz seu primeiro teste nuclear. Em 1955, 10 anos depois, a imprensa japonesa responsabiliza Einstein no desenvolvimento da bomba atômica.

O homem não inventa as coisas, as descobre. E aí, sim, inventa formas, boas ou ruins, de aplicar tais descobertas. Einstein sabia disso, talvez; Santos Dumont, não. Ainda assim, Einstein se arrependeu de ter enviado a maldita carta incentivando o presidente Roosevelt a desenvolver a bomba antes que a Alemanha de Hitler o fizesse. Esses documentários, com várias e fortes pinceladas de imagens e falas reais, mostram que o aprimoramento científico e tecnológico do homem tem que ser equivalente ao seu desenvolvimento moral, ético e espiritual. E que o gênio que leu a luz, o tempo e o espaço, sofreu como um homem, mas viveu com os atributos dos deuses. Albert Einstein lutou e defendeu a paz até 18 de abril de 1955, data da sua morte.

Produzido no Reino Unido e dirigido por Anthony Philipson. Se pegou ou não carona na reputação cinematográfica de “Oppenheimer”, o que importa é o valor histórico e documental do filme. Estrelado por Aidan McArdle, Andrew Havill e Rachel Barry

Elenco: Aidan McArdle, Andrew Havill, Rachel Barry, Helena Westerman, Leo Ashizawa, Jay Lewis, Mitchell Simon, Markey James, Musgrave Simon Haines.

“Nossos textos representam, exclusivamente, as ideias e opinoes dos idealizadores da Poliética.”

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