Nota-se que há uma certa tendência para as pessoas não repararem na diferença existente entre as palavras Exotérico e Esotérico, pretendendo dar a ambas o mesmo significado.
Nota-se que há uma certa tendência para as pessoas não repararem na diferença existente entre as palavras Exotérico e Esotérico, pretendendo dar a ambas o mesmo significado.
Exotérico é tudo que se fala abertamente sobre uma filosofia, corrente de pensamento, religião, etc., ou seja, todo ensinamento dado publicamente, sem reservas.
Esotérico é o conhecimento secreto, reservado apenas aos iniciados, no sentido de prepará-los internamente, a fim de conduzi-los a se defrontarem com a revelação primordial ou a Ciência Iniciática das Idades.
O conhecimento esotérico é propriedade de todos aqueles que trilham o caminho Iniciático à procura da origem do Universo e sua própria, integrando-se na grande obra, ou missão a que o Colégio Iniciático está ligado.
Como a revelação primordial não pode ser dada aos homens com o mental dominado ainda pelas emoções inferiores, ela se oculta aos olhos dos profanos e se desvela dentro do tempo, que assolam o mundo.
O esoterismo ou o ocultismo deve constituir-se como mistério até que a humanidade esteja preparada para conhecer o caminho que a faça despertar em si o “Cristo Interno”, por isso dizia São Paulo:
“Padeço das dores do parto até que cada um desperte em si o Cristo Interno”.
Podemos distinguir como exoterismo as várias tradições que debaixo dos interesses de seus seguidores, foram se transformando em regimes doutrinários e dogmáticos até chegarem à completa deturpação da verdade inicial. Aquilo que é de conhecimento público, tende a sofrer modificações advindas das interpretações individuais.
Citemos, como exemplo, um dos livros sagrados mais conhecidos no Ocidente: A Bíblia, que narra desde a Cosmogênese até a história de Cristo.
A maioria dos seus leitores não entende o Antigo Testamento por estar escrito em linguagem simbólica, somente entendida pelos iniciados nos Mistérios Maiores. E quanto ao Novo Testamento, dizemos nós, a vida esotérica de Cristo não foi desvelada, por não ter sido função dos quatro evangelistas dar a público o conhecimento do mistério que envolve a Sua vinda entre nós…
Quando se diz que Jesus falava ao povo através de parábolas, isto quer dizer que ele velava os conhecimentos profanos, mas aos seus discípulos, desvelava, falava claramente, a fim de prepará-los como obreiros de sua missão. Nosso Mestre dizia para procurarmos “atrás da letra que mata, o espírito que a vivifica”, isto é, não se deve interpretar as palavras ao pé da letra, mas perceber a mensagem existente nas entrelinhas.
Todos os movimentos Iniciáticos que surgiram neste ciclo, desde a Ordem Rosa-Cruz dos Andróginos – fundada por Kunaton, no Egito – até a Eubiose de hoje, trazem em seu bojo a linguagem simbólica, pois o símbolo possui um significado indeturpável, o que não acontece com as palavras.
No princípio os deuses conviviam com os homens, e não existiam os mistérios. Através dos tempos, os homens sofreram grandes quedas e foi necessário orientá-los através da iniciação em confrarias ou fraternidades, que guardavam a sabedoria das tradições.
O conhecimento vai chegando aos poucos, conforme a evolução e merecimento do povo, e à medida que a consciência global dos homens aumenta, os mistérios vão se desvelando naturalmente, até conseguirem se identificar com a Suprema Lei.
Aí então, o conhecimento será de todos, e não haverá mais quem diga: “tive uma idéia” (pois a idéia será permanente no homem – Henrique Jsé de Souza).
Publicado originalmente no jornal Folha da Tarde
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