A ALMA PROCURA O SEU BEM AMADO

A ALMA PROCURA O SEU BEM AMADO

Por Luis Cesar Souza

Escultura “Psique Reanimada pelo Beijo do Amor”, do artista italiano Antonio Canova (1787-93), exposta atualmente no Museu do Louvre, Paris.

Eros e Psiké. Há um belo poema de Fernando Pessoa – considerado o maior poeta português do século XX -, com esse título, epigrafado por uma citação rosacruciana. Psiké (a alma) busca seu espírito (Eros). Nos ensinamentos espiritualistas, teosóficos, eubióticos, vemos que o ser humano é constituído de uma trindade: corpo, alma e espírito; havendo, ainda hoje, uma certa confusão quanto à definição desses aspectos, incluso nos dicionários. Faz-se mister esclarecê-lo.

O trino aspecto referido é subdividido, formando um todo setenário, sendo a criatura humana una em essência, tríplice em manifestação e sétupla em evolução: 1-3-7. Possuímos o Corpo Físico, carne, osso, órgãos, vísceras, etc. E o Corpo Vital ou Etérico – onde situam-se os chakras -, essencialmente composto pela vitalidade do sangue e alimentado por Prana, energia advinda dos eletromagnéticos raios solares, do vento. Nossa alma ou personalidade é constituída pelo Corpo Emocional ou Astral, sede dos sentimentos, desejos, paixões, e o Mental Concreto ou Comparativo, do raciocínio lógico, analítico, rudimentar. Até aí está inserida toda a humanidade.

A partir de então entraremos no plano espiritual propriamente dito: o 5º Princípio, o Mental Abstrato (Manas), que nos permite apreciar a arte ou fazê-la, compreender temas filosóficos, mais profundos, não prender-se a estereótipos. O Mental Intuitivo ou Búdico já nos facilita o entendimento direto, a síntese, os voos mentais, administrando com tranquilidade os percalços da vida. E a plenitude divinal ao atingir o plano Crístico ou Atmã dos hindus, integração no Todo, o Nirvana. Helena Blavatsky, autora de A Doutrina Secreta, diz-nos: “Vós sois deuses, apenas vos tendes esquecido”, frase essa também atribuída ao meigo nazareno. A alma encontra o que por toda a vida ansiava: o seu bem-amado o espírito. Daí em diante aprofundar-se-á no seu interior.

A fonte do sofrimento está na ignorância (das cousas divinas). O espírito no ser humano é o seu deus interno, seu eu superior, que por sua vez faz o liame com o cósmico Deus Único e Verdadeiro (o Eterno), universalmente reconhecido na maioria das teogonias e religiões. Não é uma questão de crença, mas conhecimento. Nem se trata de um dogma particular de qualquer seita, mas a própria fonte da sabedoria desde o início dos tempos. Daí a importância das escolas iniciáticas.

Deus (a Vida Real, a Perfeição, Suprema Inteligência) é estudável e compreensível, mas para isso necessitamos refinar esses nossos sete veículos e dedicar-Lhe uma parte de nosso tempo, tão bem gasto com as pre-ocupações do cotidiano, o que nos lembra Janis Joplin: “Acho que você pode destruir o seu agora, preocupando-se com o seu amanhã”. E se essa energia maior estiver presente nas coisas mais simples? Parodiando Jesus e citando Sil, o sábio nas crianças é seu poder de simplificação. O que levamos a vida toda pra responder elas têm no coração. Pode tudo estar ao nosso lado, é só começar essa busca e mudar a forma de ver. “Um invisível cordão sustenta a vida real”, quiçá perpassando os mundos subterrâneos, donde emanam os discos-voadores. Todas as possibilidades estão dentro de nós. Oráculo de Delfos, Grécia antiga: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”. Podes crer.

“Nossos textos representam, exclusivamente, as ideias e opiniões dos idealizadores da Poliética”.

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